Beijo roubado


Deitei-me no final da noite
mas o sono não quis chegar,
um pensamento, qual um açoite,
o descanso insistia em me negar.

Esse pensar era a lembrança
daquele beijo que a fez corar,
quando disse não, por folgança,
ao meu pedido para namorar.

Foi um beijo rápido, na raça,
que revelou uma magia incrível,
ficamos imaginando ali na praça,
porque aquilo foi tão aprazível.

Mas você logo me esbofeteou
e saiu dali dizendo me detestar,
em meu rosto fogo você ateou,
porem eu que causei o mal-estar.

No dia seguinte, que espanto,
você enviou-me um recado,
queria encontrar-me no canto
em que havia me atacado.

Fui pensando em me desculpar
por aquele ato tão inesperado,
mas você disse não me culpar
e que o tapa foi algo exagerado.

Uma conversa amistosa e franca
entre nós foi, aos poucos, surgindo,
o sorriso substituindo a carranca
e a distância logo foi diminuindo.

Senti que um beijo você queria,
abracei-a e beijei-a uma vez mais,
você aceitou e criamos a parceria
que não consigo esquecer jamais.



Autor: Lupércio Mundim
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